quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Correspondentes internacionais no Egito sofrem ataques de militantes pró-governoCorrespondentes internacionais no Egito sofrem ataques de militantes p

Correspondentes internacionais passaram a ser alvos de violência durante as manifestações nas ruas do Cairo, Egito. Um fotógrafo do Wall Street Journal foi espancado; outro teve suas roupas rasgadas. Um repórter da rádio France Inter foi internado após ser linchado; um jornalista belga ficou detido acusado de ser espião; e o âncora da rede CNN, Anderson Cooper, e sua equipe foram golpeados com socos e chutes ao passar por um grupo de militantes pró-regime.

De acordo com informações do jornal Folha de S.Paulo, as agressões aos profissionais de imprensa foram atribuídas a simpatizantes do líder egípcio Hosni Mubarak, que controla o país há 30 anos e chegou a pedir um prazo aos opositores para sair do poder. Até mesmo os correspondentes da Folha e de O Estado de S. Paulo no Cairo tiveram seus quartos, no hotel em que estão hospedados, invadidos, na última quarta (02).

Os protestos nas ruas do Egito, que ontem completaram nove dias, aconteciam de maneira pacífica. Porém, os manifestantes foram atacados por um grupo pró-governo na Praça Tahrir, segundo informou o Estado. Cerca de 1,5 mil pessoas ficaram feridas e cinco foram mortas, de acordo com a agência EFE.

O secretário-geral da organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras (RSF), Jean-François Julliard, declarou que as agressões sofridas pela imprensa são "chocantes", e o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, afirmou que os EUA estão preocupados com os ataques aos profissionais de imprensa.

Já o porta-voz do governo egípcio, Magdy Rady, classificou como "ficção" o envolvimento do regime aos ataques à mídia no país, e que cobertura jornalística dos protestos interessa apenas aos governistas. Recentemente, as transmissões da rede de TV árabe Al Jazeera no Egito - que realizava ampla cobertura dos conflitos - foi suspensa.

Ativistas de direitos humanos acusaram diretamente o governo do Egito de ter planejado os ataques aos manifestantes na Praça Tahrir, para tentar justificar o fechamento do local e encerrar a crise. Além disso, Mubarak declarou que a transição política no país não será feita "imediatamente", como resposta ao apelo feito pelo presidente dos EUA Barack Obama no início da semana.

Do Portal Imprensa

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