terça-feira, 26 de abril de 2011

Antífona, por Gal Oppido



O fotógrafo e ensaísta Gal Oppido foi buscar inspiração nas "formas vagas, fluídas, cristalinas" da "Antífona" do poeta Cruz e Souza para montar exposição homônima, em cartaz no museu Afro Brasil, na capital paulista. Pontuada pela visão de Oppido sobre o feminino liberto, a mostra reúne 27 registros de rostos e corpos produzidos como maneira de retomar a discussão sobre o papel da mulher da atualidade.

As fotos apresentam figuras femininas com personalidades e características diferentes. O resultado é um ensaio original, emoldurado pela sensualidade e por um delicado jogo de luzes. Em meio às imagens, referências ao nascimento da Vênus, do pintor Sandro Botticelli (1445-1510).

Antífona carrega uma das marcas do trabalho de Oppido: a exploração do corpo como forma de arte. A escolha do poema do simbolista Cruz e Souza se deu para expressar o sentido de liberdade da mostra.

Na interpretação do fotógrafo, Cruz e Souza voltava sua crítica para a sociedade "serpenteada pelo racismo, preconceito e discriminação, sem abandonar o seu fazer poético".

Marcos Aurélio Oppido é nome de destaque na fotografia aplicada às áreas de artes cênicas, expressão corporal e arquitetura. Expondo desde 1981, seus trabalhos integram acervos do MASP, MAM e MIS. Formado em arquitetura, iniciou sua carreia conjugando fotografia e desenho. A efemeridade do tempo, a simbologia de objetos abandonados e a relação do homem com a matéria são temas recorrentes em seus trabalhos.

Serviço

Antífona (até o dia 30/04)
Museu Afro Brasil
Av. Pedro Álvares Cabral, s/ nº, Parque Ibirapuera- Portão 10, São Paulo -SP
De terça a domingo, das 10 às 17 horas
Entrada gratuita
Terra Magazine

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