segunda-feira, 14 de março de 2011
Fotógrafo fará expedição até paraísos ameaçados
O fotógrafo Érico Hiller, de 34 anos, começa hoje uma viagem de um ano para retratar lugares, povos e animais ameaçados pelas ações do homem e pelas mudanças climáticas. Até agora, sete países fazem parte do roteiro.
Hiller: "Não quero fazer cartão postal, mas levantar inquietação"
Ele programou tirar fotos na Groenlândia, por exemplo, para mostrar o derretimento acelerado da calota polar. Também vai passar pelas Ilhas Maldivas, que podem desaparecer com o aumento do nível do mar provocado pelo aquecimento global. Hiller também quer escalar o Monte Kilimanjaro, na Tanzânia. A montanha - ponto mais alto da África, com cerca de 6 mil metros - pode perder sua cobertura de gelo com as mudanças climáticas.
Colaborador de revistas como National Geographic e Trip, há dez anos Hiller faz viagens frequentes para fotografar. "Fiz uma grande pesquisa e tive de deixar um monte de lugares de fora", afirma.
Outro objetivo do fotógrafo será visitar a África do Sul e a Namíbia, para conhecer os programas destinados à preservação dos rinocerontes.
Esses animais são caçados por causa da grande demanda no mercado negro pelo seu chifre - usado na medicina tradicional asiática e considerado afrodisíaco. Em 2010, a África do Sul perdeu quase um rinoceronte por dia - foram 316 mortes no total, contra 122 em 2009.
Foto: Érico Hiller
Ele também vai investigar a situação dos baobás em Madagascar - houve muito desmatamento para dar lugar a plantações, por exemplo.
Desafio. Ele inicia a expedição pela Etiópia, onde a construção de uma gigantesca usina hidrelétrica e as secas podem pôr fim ao milenar sistema cultural das tribos do Rio Omo. "Essa deve ser a parte mais complexa da viagem, por isso decidi fazer logo de cara para reduzir a pressão", afirma.
Hiller conta que alugará um veículo 4x4 e rodará por três semanas atrás das tribos. "E vou dormir uma semana em uma delas, que não parece ser muito amigável", conta.
E a última parada de Hiller deverá ser no Salar de Uyuni, na Bolívia. Maior deserto de sal do planeta, o local vem sofrendo um processo de escurecimento que os cientistas creditam à combinação de diversos fatores, como mudanças climáticas, extração comercial do sal e boom do turismo na região.
Quem quiser, pode acompanhar a expedição pelo site ericohiller.com.br. Ao final da viagem, que está sendo patrocinada pelas empresas Minidocks e Wisewood, ele fará uma exposição com as fotos. E pretende também lançar um livro.
Foto: Érico Hiller
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