As imagens foram selecionadas a partir do acervo da Divisão de Iconografias e Museus do Departamento do Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura. A maior parte do acervo é composta por imagens de autoria desconhecida, Entretanto, a exposição também conta com nomes de peso da fotografia brasileira, como Militão Augusto de Azevedo e Benedito Junqueira Duarte.
O tema da exposição surgiu no começo deste ano, quando o Estado bateu recorde de chuvas e mortes em decorrência das enchentes. De acordo com o curador da exposição, José Henrique Siqueira, o objetivo é fazer o público discutir o tema a partir das fotos antigas. Décadas mais tarde, o efeito das inundações na "terra da garoa" se tornou mais destrutivo. Siqueira diz que as intervenções do homem na cidade, por meio do processo de urbanização, mexeram com os rios e impermeabilizaram o solo, agravando a situação das enchentes.
- Chego a duas conclusões. A primeira é que as inundações fazem parte do cotidiano da cidade. Posso dizer que este não é um fenômeno atual. A segunda me permite concluir que a expansão de São Paulo incorporou áreas de córregos e rios, agravando esse fenômeno.
O professor de Arquitetura e Paisagismo da FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo) Paulo Pellegrino afirma que a situação que temos hoje é causada por dois problemas correlatos: um é a ocupação de áreas indevidas e o outro é o modelo de drenagem urbana utilizado na urbanização da cidade, que não resolveu o problema.
- Nós desaprendemos a conviver com as águas. Achamos que poderíamos enquadrá-la numa ideia de drenagem urbana que foi no caminho de apagar rios e água das paisagens urbanas. Além de criar uma paisagem mais pobre, acabou se mostrando contraproducente.
A urbanista Lucila Lacreta, do movimento Defenda São Paulo, explica que a várzea pertence ao rio e é a várzea que vai absorver a água quando o rio inundar, como é o caso dos rios Tamanduateí e Tietê, que periodicamente inundam. Porém, diz ela, o homem não respeitou isso e realizou construções justamente na área que inunda.
- Como nós teimamos e impermeabilizamos tudo, o rio ocupa o lugar que é dele. Para que não houvesse inundação, teria que ter obras de engenharia a um custo absurdamente alto para domar aquela vocação do rio em ocupar a várzea.
Inundações em São Paulo
Quando: de 19/8 a 3/10. De terça a domingo, das 13h às 20h
Onde: av. São João, 473, centro
Quanto: Gratuito
Informações: 011 - 3331-8399
Colaborou Julia Carolina, estagiária do R7
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