"No universo de cerca de 300 fotógrafos, ao menos 100 disputam diariamente cerca de 20 vagas no espaço de oito metros atrás do gol, antes de a bola rolar na Copa. É proibida a permanência no local. Por isso, são instaladas câmeras que serão acionadas por rádiocontroles ou cabos de longa distância.
A tecnologia para disparar as câmeras A distância vem dos anos 80, quando eram acionadas por cabos com mais de 50 metros. Nos anos 90, a agência americana All Sports foi uma das pioneiras no uso de controles remotos. De lá pra cá, várias empresas lançaram rádiocontroles com frequências e distâncias que superam 200 metros.
Os rádios, a depender do modelo, podem ter até 128 canais. Cada fotógrafo luta para obter ao menos um canal numa grande cobertura, como a Copa. No Mundial da Alemanha, o controle era mais rígido.
Os profissionais eram obrigados a catalogar seus rádios e registrá-los num determinado canal, para evitar que um disparasse o radio do outro. A frequência era monitorada por um técnico da Fifa. Na África do Sul, os rádiocontroles não são catalogados. Só é possível saber qual o canal está sendo usado perguntando para o colega.
Fora isso, o grande número de antenas e sinais de TV têm interferido na frequência dos rádios e forçando alguns fotógrafos a voltar a utilizar o sistema de cabo da década de 80.
A agência Reuters aproveitou o retorno do cabo para criar um dispositivo que, após o clique do fotógrafo, manda as imagens diretamente para o servidor da empresa, onde será editada e enviada para os clientes. O fotógrafo só vê a imagem quando disponibilizada no sistema.
Tecnologia à parte, o momento do disparo ainda é o fator mais importante na busca por imagens. O fotógrafo ainda é o responsável pelo exato momento do clique ? é quando a bola está entrando no gol. A câmera consegue captar a bola na rede, o goleiro no chão e, às vezes, o jogador na comemoração.
Muitas vezes, a luta por uma boa imagem pode sair bem caro. Quase diariamente, uma câmera é atingida por uma bolada. O impacto destrói o equipamento e deixa a lente em pedaços. A lente dessas câmeras chega a custar U$ 2,5 mil e o corpo, cerca de U$ 5 mil. Mas é o preço que se paga para ter a imagem de um ângulo em que não se pode estar fisicamente."
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